O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidiu nesta terça-feira (8), pedir demissão do cargo após ser denunciado por corrupção pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O então ministro é suspeito de participação em esquema de desvio de verbas.
Juscelino foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal (PF) por supostamente ter aceitado propina pelo desvio de emendas quando era deputado federal, antes de assumir o Ministério das Comunicações. À época, ele acusou a PF de realizar uma “ação política”, e questionou as ações da corporação.
Ele teria enviado R$ 5 milhões para a cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, cuja prefeita é a irmã dele, para asfaltar uma estrada que dá acesso a propriedades de família. A PF também apontou fraude na licitação para fazer a pavimentação. Hoje, a PGR enviou a denúncia ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, relator do caso.
A defesa do ministro nega irregularidades.
A demissão de Juscelino foi acertada também entre a ministra das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, e o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, durante um almoço nesta terça-feira. O mais cotado para substituir Juscelino é o líder do União na Câmara, deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA), mantendo a pasta com o partido.
Em carta aberta divulgada no início da noite, o agora ex-ministro disse que pediu exoneração para preservar o projeto do governo federal e se concentrar em sua própria defesa.
A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas, e confio plenamente nas instituições do nosso país, especialmente no Supremo Tribunal Federal, para que isso fique claro. A justiça virá!”, escreveu.