Ministério da Saúde está orientando parlamentares a indicarem o uso de cerca de R$ 3 bilhões da própria pasta, fora das emendas parlamentares, beneficiando aliados do governo Lula.
Os valores devem ser de R$ 5 milhões por deputado e R$ 18 milhões por senador. Parlamentares que votaram contra a mudança no BPC podem ter até 40% de desconto nesse valor.
Segundo a jornalista Natália Portinari, 60% desses recursos vão para média e alta complexidade no SUS, e 40% para a atenção primária, em redutos eleitorais. O total pode aumentar até o fim do ano, conforme a necessidade do governo em votações no Congresso. Isso sem contar os mais de R$ 50 bilhões já previstos em emendas para 2025.
A articulação tem aval de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara em exercício. A reunião que selou o acordo ocorreu em março, na residência oficial de Alcolumbre.
O novo modelo evita as emendas tradicionais e repassa os recursos diretamente da Saúde. As indicações devem ser enviadas em sigilo pelos parlamentares, com conhecimento dos líderes partidários.
Na Câmara, a responsável por organizar as indicações é Mariângela Fialek, a “Tuca”, assessora da liderança do Progressistas (PP), conhecida por gerir as planilhas do antigo orçamento secreto no governo Bolsonaro (PL). No Senado, a coordenação ficará com Ana Paula Magalhães, chefe de gabinete de Alcolumbre.
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