Contador ligado a Lula é suspeito de lavagem de dinheiro junto ao PCC


O contador João Muniz Leite, ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está sendo investigado por lavagem de dinheiro do crime organizado. De acordo com o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), ele e a esposa ganharam 55 vezes em loterias federais em 2021. A polícia chegou a pedir o sequestro de bens dele à Justiça e o Ministério Público estadual concordou com a ação.

Muniz dividiu o prêmio de R$ 16 milhões na Mega-Sena com Anselmo Becheli Santa Fausta, um traficante de drogas conhecido como Cara Preta. Ele era considerado um dos principais fornecedores de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC), e foi morto em dezembro de 2021.

“O prêmio de R$ 16 milhões foi dividido em cinco partes. Muniz ficou com duas; Santa Fausta, com três. Os policiais do Denarc desconfiam de que foi com esse dinheiro, esquentado por meio do prêmio pago pela Caixa Econômica Federal, que Santa Fausta comprou a empresa de transporte UPBus em parceria com cinco integrantes do PCC e 18 de seus familiares. A empresa mantém contrato de R$ 600 milhões com a Prefeitura de São Paulo e opera 13 linhas de ônibus na zona leste”, diz a reportagem.

Mas essa foi apenas uma das vezes que Muniz faturou na loteria. De acordo com a investigação do Denarc, a mulher dele ganhou 49 vezes nas apostas, somando R$ 2,16 milhões em prêmios. Enquanto o contador já ganhou R$ 34,1 milhões. Em muitas vezes, eles apostavam um valor maior do que recebiam de volta e, por isso, a polícia suspeita que serviam para esquentar dinheiro ilícito. Também é investigada a lavagem de dinheiro dos valores para abrir empresas com nomes falsos.

O caso está na 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da Capital, que decidiria se decreta ou não o bloqueio dos bens de Muniz. Por outro lado, a Justiça negou o pedido de prisão do contador.

Relação com Lula

João Muniz Leite trabalhou como contador de Lula por mais de uma década e, entre 2013 a 2016, fez as declarações de Imposto de Renda do ex-presidente. Ele também chegou a prestar depoimento à Justiça Federal, em 2017, visto que as investigações do Ministério Público apontavam que a Odebrecht bancava aluguéis de um apartamento vizinho ao de Lula, que ficava a disposição do petista.

Além disso, seu escritório fica no mesmo endereço das empresas de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. No entanto, não há menção na investigação do Denarc a Lula e a seu filho, além da coincidência de endereços.

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